sábado, 3 de agosto de 2013

Lobisomem...

         
Lobisomem
                 (Fonte da imagem: http://omelete.uol.com.br)


                Em uma pequena cidade do interior brasileiro, muito se falava sobre uma fera que aparecia em noites de lua cheia; o Lobisomem...
Metade fera metade homem, ele atacava e rasgava a carne de sua vítima e ao amanhecer de mais nada se lembrava, aparecendo caído sem memória em qualquer canto...
           Naquele dia, Ana e Paulo, um casal simples que morava na área rural daquela pequena cidade, se preparava para ir ao casamento da irmã caçula de Ana. Sairiam de casa ao entardecer e antes do Sol se por por completo já estariam entrando na pequena igreja da cidade, onde esperariam para ver a entrada da noiva. Paulo, estava muito preocupado e inquieto e não queria ir a esse casamento, mas sua mulher insistiu chegando a dizer que estranhava seu comportamento e que se não a acompanhasse seria capaz de deixá-lo. Ele não sabia porque se sentia daquele jeito mas não queria que sua esposa viajasse sozinha com seu bebê de apenas quatro meses, precisava protegê-los, na verdade aquelas histórias que corriam por aí, lhe assustava muito e a idéia de viajar em um dia de lua cheia, lhe deixava cheio de medo, vai que não dê tempo de chegar antes do Sol se por...
A hora chegou, se vestiram, Ana arrumou o bebê, Paulo atrelou o cavalo à carroça e lá se foram. A pequena carroça deixava na estrada um risco sinuoso enquanto levantava a poeira do chão. Paulo com medo de atrasar resolveu pegar um atalho no meio do pasto, isso garantiria que chegariam bem mais rápido, saiu da pequena estrada, sob os protestos de Ana e lá se foram pelo pasto.
           O que Paulo não esperava era que uma pedra no meio do caminho quebraria a roda da pequena carroça. Ficou desesperado ao ver a roda quebrada, soltou o cavalo da carroça, pensando em montá-lo e continuar a cavalo, mesmo em pelo, mas sabe-se lá porque  cavalo ao se libertar saiu em disparada e desapareceu entre as árvores próximas  de onde estavam. Paulo entrou em desespero e Ana começou a se preocupar também. Foram andando rapidamente adentrando por entre as árvores e assistindo com desespero o Sol se por e a noite mais e mais se aproximando. A luz da Lua cheia não lhes traziam esperanças, mas muito medo, medo do Lobisomem. Desesperado Paulo disse à esposa, que não sabia pra que lado deveriam ir e nesse instante, uma dor lancinante lhe correu no abdome. A esposa assustada, perguntou a Paulo se estava melhor, aquelas dores estavam cada vez mais frequentes ultimamente e ela queria que o marido fosse ao médico. Paulo disse à Ana que mesmo com dor procuraria ajuda, mas para isso teria que deixá-la naquele lugar, ela era uma mulher corajosa e ele sabia bem disso. Pediu que a esposa subisse em uma árvore bem alta, segurasse bem firme o bebê e que não descesse de lá por nada nesse mundo, aconteça o que acontecer. Ela fez o que ele pediu e o viu desaparecer por entre a árvores. A Lua cheia brilhava cada vez mais, foi quando Ana ouviu estalos nos galhos caídos no chão. Por um instante pensou que fosse Paulo, voltando com a ajuda, mas percebeu que havia uma respiração forte e uma espécie de ronco esquisito. Agarrou mais forte seu bebê que dormia e subiu mais alto na árvore. De repente para terror de Ana, avistou aquela criatura bem em baixo da árvore onde estava Olhos vermelhos, orelhas pontiagudas, dentes enormes e entrelaçados, onde duas enormes e pontudas presas sobressaltavam de sua boca enorme. A fera, rugia babava, e mostrava os dentes enormes, enquanto pulava tentando agarrar  o pé de Ana, que gritava horrorizada. No medo e desespero para afastar o monstro, Ana gritava e abanava a fralda do bebê tentando afugentar o Lobisomem com a fralda. Em um determinado momento a fera em um pulo abocanhou a fralda que rasgou em suas presas afiadas. Então era verdade, aquilo existia mesmo e estava lá tentando pegá-la, o terror apenas aumentava e onde estaria Paulo? Teria sido morto por aquilo? Seus pensamentos somente aumentavam seu desespero e medo.  Aquela seria a pior noite que Ana passaria em sua vida. Por sorte algumas vacas rugiram por perto e a fera sentindo o cheiro de sangue mais fácil de se conseguir, deixou-a e desapareceu por entre a árvores e não mais voltou. Ana tentou se ajeitar um pouco nos galhos até que seu marido ou alguém que a tivesse ouvido gritar aparecesse por ali. Suas pernas tremiam sem  parar, mas para ela o mais importante era proteger seu bebê. Rezava , pedindo a proteção de DEUS para ela, o bebê o marido e todos que estivessem em perigo com aquela aberração à solta.
               Ana levou um grande susto, quando o bebê chorou e ela percebeu que havia adormecido sobre os galhos da árvore, o bebê continuava firme em seus braços e os primeiros raios de Sol, se aproximavam e onde estaria Paulo? Assustou-se ao ouvir a vóz de um senhor, perguntando o que ela fazia ali. Ajudou-a a descer enquanto ela contava o ocorrido. O homem lhe contou que perdeu duas vacas, para o lobisomem naquela noite e saíram a procura de seu marido. Ao longe os dois avistaram um homem nu caído ao chão e quando Ana chegou viu que se tratava de Paulo. Assustada correu até o marido, pensando que estava morto. Ao tocá-lo viu que estava vivo e acordando. Olhou para ela, abraçou-a e agradeceu a DEUS por ela e o bebê estarem bem, olhou para ela de novo  e sorriu. Ana sorriu também, mas algo lhe chamou a atenção no sorriso de Paulo... Entre seus dentes haviam vários fiapos de fralda.
         

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